A centenária fotográfica Eastman Kodak apresentou um pedido
recuperação judicial nesta quinta-feira, para o Tribunal de Nova York,
com o objetivo de reestruturar seus negócios que perderam espaço com a
chegada de câmeras digitais no mercado.
A empresa, que inventou as câmeras de mão e ajudou o mundo a
registrar as primeiras imagens da Lua, resistiu até o momento no setor
de eletrônicos, mas julgou que precisa de um apoio externo e divulgou um
comunicado em seu próprio site, dizendo que “a companhia e suas
subsidiárias nos EUA entram com pedido voluntário de ′proteção` ao
Capítulo 11 da Lei de Falências dos Estados Unidos”.
A Kodak
recorreu à concordata depois de não conseguir levantar recursos para a
sua recuperação financeira de longo prazo. Com o pedido, a empresa
pretende reforçar a liquidez, valorizar a propriedade intelectual,
resolver a atual situação de passivos e se concentrar nos ramos de
negócios mais competitivos.
A empresa espera ter completado sua
reestruturação nos EUA até o ano de 2013. "Toda a equipe administrativa
acredita, por unanimidade, que este é um passo necessário para o futuro
da Kodak", disse o presidente e diretor executivo, o espanhol Antonio M.
Perez.
A pioneira do setor de fotografia, com mais de 130 anos,
afirma que obteve US$ 950 milhões em uma linha de crédito de 18 meses do
Citigroup e que continuará a operar. O financiamento e a proteção
contra falência pode dar a Kodak o tempo necessário para encontrar
compradores para algumas de suas 1.100 patentes digitais e remodelar
seus negócios, garantindo o salário de seus 17 mil funcionários.
Em
um texto tira-dúvidas para os seus empregados, a Kodak esclarece que
este não é o fim da empresa e tenta acalmar rumores afirmando que outras
companhias em situação financeira semelhante têm utilizado o mesmo
processo com êxito, como a General Motors, a Chrysler e a Delta Air
Lines.
"Vamos continuar as operações normalmanete durante todo o
processo, incluindo o pagamento de salários e benefícios a nossos
funcionários e o fornecimento de serviços de qualidade aos nossos
clientes", garantiu a empresa em nota.
Até o final de setembro, o
grupo tinha um total de ativos de US$ 5,1 bilhões, mas também tinha
passivos avaliados em US$ 6,75 bilhões.
Da Agência O Globo